domingo, 16 de dezembro de 2012

Continuação do meu diário virtual, 4ª página

   Sabem quando existem defeitos, mas que também podem ser qualidades? Eu tenho um: a minha curiosidade é tremenda. Tão tremenda que resolvi seguir as garotas com os uniformes.
   Elas iam andando na frente, e eu ia me esgueirando sorrateiramente atrás, de modo a ficar despercebida. Uma delas era loura com o cabelo preso firmemente em um rabo-de-cavalo. As outras duas eram castanhas e mais baixinhas que a loura. Iam levando vassouras nas costas e pequenos rolinhos de pergaminho e penas nas mãos.
   O destino da "nossa viagem" era o vestiário. Lá estavam Chester, Ernie, um outro garoto que não reconheci e.... Roger?
   Estava claro que formavam um time de quadribol. Mas que será que Roger estava fazendo ali? Não era possível que era um jogador de quadribol. Simplesmente impossível.
   Fiquei atrás de um armário para ouvir a conversa.
   - Muito bem - falou Chester, um garoto corpulento do quarto ano que parecia ser o capitão - As nossas táticas são as seguintes: Já que nosso próximo adversário será a Corvinal, sabemos que eles atacam do alto. Vamos tentar bloqueá-los ao máximo. Roger, fique atento nos balaços - assim que ele disse tais palavras à Roger, fiquei pasma. Quer dizer então que Roger era um batedor. Como ele, com aqueles bracinhos curtinhos e gordinhos, iria conseguir rebater um balaço para longe? - Bem, vamos começar atacando. Nádia, fique atenta no Boot. Carla, ajude Roger com os balaços, mas fique perto de Ernie, já que o forte dele não é desviar. E Edward - falou, dirigindo-se ao menino magricela que eu não tinha reconhecido - Você é o nosso melhor atacante. Já que eles atacam do alto, você ataca por baixo, eles não vão esperar por isso. Ernie, você dá cobertura ao Edward. Eu vou continuar defendendo, já que sou o goleiro. Ah! e Mary, vigie tudo lá do alto, feito o Potter. Quando aparecer o pomo, agarre-o. Só mergulhe na direção dele com tudo e esqueça os outros jogadores e as outras bolas. Só se concentre no pomo. - A garota loura fez que sim com a cabeça, e começou a anotar tudo o que Chester falou. - OK, vamos iniciar o treino.
   Todos saíram, alguns bocejando, com as vassouras nas mãos prontas para serem montadas. Eu não podia perder nenhum minutinho do treino do time da Lufa-Lufa. Afinal, eu queria muito descobrir se estavam indo bem.
   Mas... não sei definir o estado do pessoal... só sei que não era nada bom.
   Roger, como eu havia previsto, mal conseguia montar na vassoura e rebater os balaços ao mesmo tempo. Carla até que era boa batedora, mas também não chegava a 60% do que precisávamos. Nádia e Ernie ficavam apenas concentrados em fugir dos balaços, e mesmo quando as bolas estavam longe, os dois paravam para observá-los. Edward, porém, era o único que obtinha êxito no jogo. Chester também defendia bem, mas ele não tinha muita velocidade. Já Mary, a apanhadora, levou meia hora só para visualizar o pomo.
   Bem, resumindo, o time de quadribol da Lufa-Lufa ia de mal a pior.
   Eu queria que me aceitassem no lugar de Roger como batedora. Sabem, ano passado meu pai me deu de presente uma vassoura (é claro que ele não sabia que eu não poderia usar a vassoura no primeiro ano na escola). Desde então, todas as noites venho treinando no meu quintal rebatendo bolas de basquete. No verão passado, eu treinei muito na esperança de eles verem o quanto eu sou boa e me inscreverem no time. Mas, até agora, não tive sorte. Ano que vem com certeza vou me candidatar como nova batedora do time da Lufa-Lufa, que, cá entre nós, estão precisando.
   Quando estavam finalmente ganhando animação o bastante para poder vencer Corvinal, Mary me viu sentada discretamente na arquibancada. Em vez de vir cautelosamente em minha direção para conversarmos, ela gritou, esganiçada:
   - UMA ESPIÃ DA CORVINAL! ESTÁ NOS OBSERVANDO E VENDO NOSSAS TÁTICAS! TRAPACEANDO!
   Eu literalmente não sabia onde me enfiar. Senti minhas bochechas corarem, enquanto Chester abandonava o jogo e vinha, furioso, em minha direção.
   - Te pegamos no flagra. Olha só, estávamos só aquecendo - mentiu ele, nervoso.
   - Eu sou da Lufa-Lufa. Podem perguntar para todo mundo... Podem perguntar ao Ernie! Ele me conhece - falei depressa.
   - Ernie! Você conhece ela? - gritou Chester ao Ernie, que observava atento um balaço perseguir Edward.
   Ele mirou sua atenção para mim.
   - Susy, o que está fazendo aqui? Sim, Chester, é claro que conheço ela. É melhor amiga de Ana Abbott, da Lufa-Lufa. - gritou ele em resposta, e depois começou a se afastar de um balaço.
   - Ah... Me desculpe - disse, desajeitada, Mary.
   - É, me desculpa... é Susy, não? - falou Chester.
   - É Susana Bones, mas todos me chamam de Susy. É que eu queria ver como as coisas estão indo para o time. - respondi.
   - É mesmo? - falou ele, ansioso - E então, o que você acha?
   - Está....bem....Ótimo - menti - Vocês não tem que treinar?
   Mary e Chester, então, voltaram à voar nas vassouras, Mary finalmente visualiza o pomo e começa à persegui-lo loucamente. Chester volta ao seu lugar, defendendo as goles de Nadia.

   No almoço, encontrei Ana guardando um lugar para mim ao seu lado. Estava comendo tortinhas de abóboras novamente, depois de uma monótona aula de História da Magia.
   - E aí, onde esteve a manhã inteira? - perguntou ela, quando sento e boto suco de abóbora no copo.
   - Estive assistindo ao treino do time de quadribol da Lufa-Lufa.
   - É mesmo? E aí o que achou dele?
   - Horrível. Você acredita que o Roger é...o batedor?
   - CRUZ CREDO! Não acredito!! Que absurdo! Aquele com os bracinhos do tamanho das minhas meias?
   - É esse mesmo.
   - Nossa! E eu tenho outra novidade: Mádi Brocklehurst se aliou à Emília Bulstrode, da Sonserina.
   - O quê?



Continua...
 
 
 

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